Benjamin
Ferreira começou a tocar aos 11 anos, inspirado pelos discos de dois
tios que eram DJs em sua cidade natal Belém, na Amazônia. Iniciando sua
carreira profissional seis anos depois em um clube gay de Belém ele descobriu a
internet simultaneamente, abrindo seus ouvidos para o mundo fora da Amazônia.
"Eu me tornei independente das rádios, DJs e lojas de discos locais e pude conhecer gente nova e ouvir diferentes tipos de música", ele relembra. "Comecei tocando techno e big beat - de nomes do underground como Dave Clarke, UR e selos como Code Red e Cosmic a gente do mainstream como Underworld, Prodigy, Chemical Brothers, mas a house estava lá também, especialmente o French touch - Cassius, Daft Punk, Crydamoure Records, e mestres de Chicago como DJ Sneak e Derrick Carter",
"Eu me tornei independente das rádios, DJs e lojas de discos locais e pude conhecer gente nova e ouvir diferentes tipos de música", ele relembra. "Comecei tocando techno e big beat - de nomes do underground como Dave Clarke, UR e selos como Code Red e Cosmic a gente do mainstream como Underworld, Prodigy, Chemical Brothers, mas a house estava lá também, especialmente o French touch - Cassius, Daft Punk, Crydamoure Records, e mestres de Chicago como DJ Sneak e Derrick Carter",
Há seis anos em São Paulo, Benjamin já tocou em
grande parte dos maiores clubes da cidade (incluindo Pacha, D-Edge e Hot Hot, assim como instituições do underground como A Loca e Vegas
(onde é convidado regular na Discology, de Camilo Rocha)
Boogie Nights (Caos Augusta) com os DJs Magal, Renato Cohen e Tahira;
Poperô (Bar do Netão) ao lado de Renato Cohen; e Ursound (Hotel Cambridge).
Segue abaixo a entrevista exclusiva para o blog:
1. Como iniciou seu interesse por música e como iniciou a carreira de DJ?
Dois tios meus eram DJs. Eles começaram a tocar no fim da década de 70 e ficaram até a primeira metade dos anos 90 no ramo. Talvez seja por isso que desde criança esse universo musical sempre me fascinou.
2. Estive ano passado discotecando em São Paulo e percebi que o mercado de trabalho para Djs é maior, é comum você encontrar DJs tocando em lojas e até na rua, como na Oscar Freire, você percebe desta forma também?
Sim. São Paulo é uma cidade muito grande e com uma cultura noturna muito desenvolvida.
3. Você acha que o sucesso de projetos como é o caso do “Boogie Nights”, no Caos Augusta, e outros que envolvem músicas antigas apontam que no passado a produção musical era melhor?
Tem muita coisa boa sendo feita hoje, é perigoso não ver isso e ficar preso no passado. No entanto, é sempre bom voltar a um tempo em que, como os recursos eram mais escassos, a preocupação e o esmero na produção algumas vezes eram maiores. Como hoje qualquer um pode sentar na frente de um computador e fazer música, muito mais coisa ruim sai por aí.
4. Como é possível a viabilidade da festa Popero, sua e do Renato Cohen no bar do Netão sem cobrar nada de entrada ou consumação?
Renato e eu procurávamos um lugar para fazer uma festa democrática, gratuita, sem frescura. Quando rolou a oportunidade de fazermos a Poperô com o Netão, foi a perfeição para nós. Fazemos essa festa pelo amor que temos à música.
5. O que acha das novas tecnologias que estão disponíveis para DJs, você atualmente discoteca com que tipo de equipamentos? Toco exclusivamente com vinil e/ou CD. Não sou contra nenhuma nova tecnologia de discotecagem, contanto que o foco continue sendo a música, a pesquisa. E não usar o sync também ajuda a manter o respeito.
6. Aqui em Curitiba quase todas as casas alternativas estão tocando pop, funk carioca e musica trash, o papel do Dj de pesquisar e formar um público ouvinte de boa música é cada vez mais raro? Isso esta acontecendo também em São Paulo?
É um fenômeno generalizado. Todo mundo hoje pode ser DJ, e para muitos o importante é tocar hits. Mas estou muito feliz com as festas onde toco, com a resposta do público, com a informação e o bom gosto de quem está na pista.
7. Você acha que as pessoas atualmente vão a lugares mais em função de ver gente do que curtir a música? Sim, cada vez mais. Por outro lado, sempre haverá pessoas que se preocupam com o som que estão ouvindo e é por elas que eu trabalho, são elas minha maior motivação.
8. Já que você é de Belem, não posso deixar de pedir que fale do tecnobrega.
Respeito o tecnobrega, embora não seja o meu tipo favorito de música. Respeito os artistas, a luta deles e tudo o que conquistaram até agora, especialmente o rompimento com o esquema de grandes gravadoras. Gostava mais do brega paraense antigo, da década de 80. E o Pará sempre teve artistas estupendos: desde o povo do carimbó, passando pela guitarrada e pelo que alguns chamam de MPP (música popular paraense). Música boa é o que não falta na minha terra.
9. Com tantos garotos fazendo curso de Dj e se interessando pela profissão, que dicas você daria para quem esta iniciando?
Pesquise, forme seu próprio repertório para que a música que você toca tenha sempre a sua cara. Ame a música que você toca e toque a música que você ama - tocar músicas das quais você não gosta só para esquentar a pista é um desrespeito com você mesmo e com o seu público.
10. Quando esta em casa o que anda ouvindo em seus Head Phones? Ultimamente tenho ouvido muita coisa do Brasil. Meu próximo set será só de música brasileira, basicamente dos anos 60, 70 e 80. Coisas bem conhecidas e outras mais obscuras, algumas sofisticadas e outras cafonas, todas parte da minha vida desde criança.
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